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Artigo de opinião do Professor Doutor Pedro Froufe - sobre a emissão de Eurobonds
 
 "Não estou tão certo que as coisas acalmem com a simples emissão de obrigações conjuntas europeias. Em primeiro lugar, é preciso compreender as resistências: isso significa que os Estados que actualmente têm melhores taxas de juro, passarão a ver a sua situação dificultada, na medida em que, naturalmente, as taxas desses Estados subirão (na justa medida em que as dos Estados em dificuldades, como a Grécia e Portugal, baixarão um pouco). Ou seja, colocando-nos na perspectiva de um alemão médio, é difícil aceitar que as taxas que paga pelos seus empréstimos subirão (passando a pagar mais), assim, porque importa acudir à taxa dos Portugueses e dos Gregos

Por outro lado - e mais importante - só faz sentido uma emissão de obrigações conjunta com um forte controlo comunitário das execuções orçamentais dos Estados membros e com um aprofundamento da coordenação das políticas económicas. É o que se deseja (um efectivo controlo europeu sobre as finanças públicas) e poderá ser o empurrão para um aprofundamento efectivo da integração; no entanto, no estado actual, compreendem-se as dificuldades de certos governantes em explicar isso mesmo (ou seja, é o acabar de vez com a estória da soberania....). De todo o modo, como disse Barrosos, seria "le moment federateur" que a Europa, agora, precisa..

Agora, quanto às razões económicas, o que me parece é que não haverá mais possibilidade de se "acalmarem" os mercados. É todo o sistema financeiro internacional que está desiquilibrado, desajustado da economia real e só com mudanças profundas, "cortes epistemológicos" efectivos, é que tudo recomeçará .... o que levará tempo. É a tese do "reset".

Como se muda a ordem económica e financeira europeia (e mundial)? Vai-se mudando.... e, no futuro, talvez surjam sub-sistemas, sub-ordens regionais. Claro está que, no meio disto tudo, há também a mudança radical do papel do Estado e o primeiro dos problemas económicos com que nos debatemos (na Europa, sobretudo): a baixa demográfica.

Enfim, mas sem grandes optimismos, acabaria por ser bom (interessante) que se avançasse no sentido da notícia...nem que fosse para se perceber que há mesmo que fazer um "reset"!"

Semanário Grande Porto
20 de Setembro de 2011



 
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