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Prof. Pedro Froufe's Opinion Article - Europe is riding a bike
 

"Escrevo estas linhas ainda sem conhecer os resultados do Conselho Europeu. E, escrevo-as, esperando que, realmente, se alcancem resultados, ou seja, saíam do Conselho decisões com impacto efectivo na integração e nos incontornáveis e incontroláveis mercados internacionais! Vou, por isso, fazer um pequeno exercício (no contexto actual, arriscado) de futurologia, antevendo aquilo que concluiremos a médio prazo, olhando para trás, depois da borrasca passar. Para isso, vou invocar Ernest B. Haas, um alemão que fez carreira nos Estados-Unidos, sendo um importante pensador e analista do processo de integração. Haas, que sempre defendeu a unidade europeia, fundou uma escola de análise denominada neo-funcionalismo que entende o seguinte: a "construção europeia", uma vez lançada (no pós 2ª Guerra Mundial), adquiriu uma dinâmica de auto-sustentação, traduzida no facto de ela própria, à medida que se foi desenvolvendo e consolidando (passo a passo), ir exigindo novos avanços. É como o andar de bicicleta: não se pode parar, sob pena de se cair - o que, em princípio, não será almejado pelo ciclista. Por exemplo, uma vez alcançado um Mercado Único, sentiu-se a necessidade consequente de se criar uma União Monetária. A criação desta e a emergência do Euro, logicamente, desencadearia um acelerar da integração política-económica, exigindo
um efectivo "governo económico europeu", apto a sustentar a União Monetária. Ora, isto não foi, efectivamente, feito, apesar de ter sido projectado como necessário, desde logo, quando o Euro nasceu. Sabe-se (e sempre se soube) que, mais tarde ou mais cedo, esse passo teria que ser dado; os líderes políticos dos Estados-membros foram preferindo, até agora, acudir a tal necessidade sempre mais tarde! Assim sendo, acho que, não existindo mais margem de manobra e não pretendendo, a
esmagadora maioria dos cidadãos e dos políticos dos Estados-membros, cair da bicicleta, esta crise acabará por desencadear o passo seguinte no aprofundamento da integração e no caminho inevitavelmente pró-federal da União Europeia. Ele materializar-se-á, ainda que por
impulso da força das circunstâncias, numa coordenação e controlo supranacional das políticas orçamentais e fiscais e numa "comunitarização" da zona Euro, provavelmente com a institucionalização (também mais tarde ou mais cedo) de um "Comissário-Presidente" do Eurogrupo.

Para nós, portugueses, uma coisa parece inevitável: ainda que não a qualquer custo, estaremos, sempre, melhor, andando sentados no selim da bicicleta do euro, do que correndo a pé e (considerando o nosso estado financeiro) literalmente descalços!

* Grande Porto, 09.12.11
Pedro Madeira Froufe"

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Europe is riding a bike - Blasfemias

 
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